Nem todo mundo pode ser incrível
Muitos designers parecem enfrentar um desafio peculiar: a dificuldade de aceitar que, por mais que se esforcem, nem todos se tornarão tão habilidosos a ponto de serem considerados os melhores em sua área. Isso parece ser válido para todo o setor de tecnologia. No entanto, os designers podem ser especialmente orgulhosos e sensíveis a essa questão.
A dura realidade que precisamos encarar é que nem todos serão capazes de se tornar profissionais excepcionais. Seja pela circunstância, contexto, habilidade ou vontade, nem todo mundo vai chegar lá. Talvez o mais justo a dizer, na verdade, é que poucos chegarão ao topo. Pode ser doloroso, mas é assim.
Pensando um pouco mais, é interessante notar que ninguém parece ter problemas em aceitar que nem todo jogador de futebol, por mais apaixonado e dedicado que seja, se tornará um profissional em um grande clube europeu. Mas admitir que nem toda pessoa que quer muito se tornará um grande nome do mercado soa agressivo.
Isso, no final do dia, revela uma insegurança desconfortável quanto à importância de ser o melhor em tudo, o tempo todo. Não podemos ser bons, temos que ser incríveis. Não podemos ser bem quistos, temos que ser relevantes. Não podemos ter impacto, temos que ser referências.
Mas, ao final do dia, qual o preço dessa busca? Somos excessivamente críticos conosco, mas somos críticos com as escolhas que fazemos?
🧩 Esse texto foi inicialmente publicado na Pack Lead — a newsletter voltada para líderes do design do futuro. Caso deseje receber gratuitamente edições quinzenais repletas de conteúdo sobre liderança, conheça a Pack.